O tempo passa e as modas mudam… Modas ou eventualmente detalhes de boa educação, reveladores de requinte, de saber estar e quiçá até de conhecimento da história e reconhecimento e gratidão aos “personagens” que nos trouxeram a todos até aqui.
Em Montemor, um dos bandarilheiros oferendou o seu capote a um ganadeiro presente na barreira. Era a isto que estava habituada.
Agora e nos tempos que correm, os capotes são para o que alguns acreditam ser o novel jet set das corridas. Por isto não vinha mal ao mundo. Cativar novos públicos, sim, porque são novos, pode até ser inteligente. Sempre disse e reafirmo que meia dúzia de anos a frequentar barreiras, fazem de certas pessoas alegadamente importantes no meio.
O “mal ao mundo” surge, quando num leque de pelo menos desasseeis capotes existentes na última corrida de Lisboa, nem um foi destinado à família do homenageado da noite. Manuel dos Santos não foi um Homem qualquer para a tauromaquia. Além dos seus feitos pessoais, foi um autentico embaixador de Portugal além-fronteiras.
Pois não passa nada. Nada de nada. Nem um brinde ao filho, aos netos, aos bisnetos… Falta de reconhecimento? Talvez. Mas uma assustadora falta de cultura taurina e de apreço aos detalhes que fizeram desta manifestação cultural ser diferente de todas as outras.
Apenas lamentável.
Posto isto, não aceito algum tipo de crítica quando se diz que a imprensa deve educar os aficionados. Talvez devesse a imprensa educar os que aqui circulam e pisam a arena.
Quiçá o mundo tenha mudado e não me tenha dado conta. Talvez, a história não conte para nada. Talvez se tenham perdido uma série de valores.
Pensemos nisto…