O PAN votou hoje contra um voto de pesar apresentado pela Comissão Parlamentar de Cultura pela morte de Manuel Maria Trindade, forcado do Grupo de Forcados Amadores de São Mansos, que morreu em agosto aos 22 anos.
O anúncio do sentido de voto do PAN – as restantes bancadas votaram a favor – provocou protestos na bancada do Chega, com alguns apartes audíveis que levaram a porta-voz e deputada única do PAN, Inês Sousa Real, a pedir a palavra para pedir o registo das palavras da parlamentar do Chega Rita Matias.
“A deputada acabou de dizer duas vezes que sou asquerosa, quero que seja reportado à Comissão da Transparência, porque é um insulto. O Chega também já votou contra outros votos de pesar, todos temos a liberdade de voto, mas não têm o direito de me ofender”, criticou Sousa Real.
O presidente do parlamento, Aguiar-Branco, assegurou que tal será feito, dando a palavra, em seguida, a Rita Matias.
“Que fique escrito em ata que afirmei em aparte que foi uma atitude asquerosa da senhora deputada de não lamentar a morte de um jovem português que não fazia mais nada do que honrar as nossas tradições, é lamentável”, reiterou a deputada do Chega, enquanto a sua bancada gritava “vergonha, vergonha”.
No voto, apresentado pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto (na qual o PAN não tem assento), manifesta-se pesar pela morte do jovem a 23 de agosto de 2025, em Lisboa, “na sequência das gravíssimas lesões sofridas na corrida do dia anterior, ao enfrentar corajosamente um toiro na arena no Campo Pequeno”.
“A sua morte provocou uma enorme onda de pesar e homenagens por todo o país, refletindo a relevância dos forcados como símbolos de coragem, amizade, união e resistência moral, valores profundamente enraizados numa tradição secular que constitui parte integrante da identidade cultural portuguesa”, refere o texto hoje aprovado
Agência Lusa