Não tenho por hábito falar aqui da minha vida privada. Não é disso que se trata este site e muito menos serve para lamentos ou outras coisas do género. Contudo, sinto que devo contar-Vos o que se passou e que me fez não cumprir uma promessa. E não gosto disso. Não gosto de prometer e não cumprir, pese embora essa tenha sido uma corrente dos últimos muitos anos na informação taurina portuguesa.
Pois bem, disse-Vos no início de Novembro, que mal cumprido o término da temporada, faria aqui a análise dos vários sectores de que é feita a tauromaquia. Adiamos. Adiámos. Falo-hemos a partir do próximo dia 29 de Novembro. Seremos mais efetivos e diretos que nunca. Mais desassombrados que nunca. Mais concisos, mais mordazes que nunca. E porquê? Porque dourar a pílula não é a nossa forma de estar. Mas também elogiaremos o que assim tiver de ser, com sentido de justiça por quem fez de tudo para enaltecer a Festa.
Falaremos de história, sim, história de uma temporada que além dos necessários balanços, também foi feita de marcos, de perdas, de feitos, de sucessos e fracassos. Continuamos mais iguais que nunca. A quem? A nós próprios, aquilo que sentimos e aquilo que vimos durante um ano.
Mas a que de deve o atraso? E é aqui que entra a minha vida, a privada, a que temos todos e é que em cada momento, é a mais importante, a nossa! Estive em risco. Fui atropelada numa passadeira. E conto-Vos para que sirva de exemplo. Exemplo aos condutores. Exemplo importante também para os peões. Todos temos a nossa quota-parte de responsabilidade num país onde o “atropelamento” é rei. As estatísticas falam por si. Pois, não é um mito e acontece. Acontece pelo uso do telemóvel, acontece pelas distrações, excesso de confiança, má avaliação das condições climatéricas.
Desculpem a expressão pouco literária, mas, literalmente levei com um carro em cima. E posso garantir que a sensação não é agradável e que sim, temos aprofundados segundos para que a nossa vida inteira nos passe à frente sem que saibamos qual vai ser o desfecho final. No meu caso, recupero ainda do valente susto, das muitas dores, físicas e psicológicas, mas poderia não ter sido assim… Seguir-se-ão mais avaliações, mais exames, mais tudo e tudo, mas a história resume-se a “ainda não foi desta”, mas andou lá perto, muito perto e tão perto que, até a tauromaquia ficou para quinto plano na minha vida.
Mas volto. Mais forte. Inteira e sobretudo, com a certeza de que “nem esta colhida” me retirou do Vosso caminho.
