Coruche – Pouco, muito pouco…

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Coruche viveu esta tarde, aquela que é a sua data forte no que a tauromaquia concerne. Contudo e não querendo fazer um regresso ao passado, não sei até que ponto é que a entrada de hoje, sendo boa, não constará da lista das menos simpáticas… O tempo estava propício e fora do padrão desta data, ou seja, menos calor e, o cartel, com três figuras das nossas… Mas também é verdade, que faltou um elemento da família Telles e, para aos amantes dos ‘cartelazos’, talvez um erro anunciar o elenco de Setembro.

Polémicas à parte, vamos aos factos: dois terços de entrada, com maior incidência nos sectores de sombra.

O cartel foi então composto pelos cavaleiros João Moura Júnior, Marcos Bastinhas e Francisco Palha.

João Moura Júnior lidou o mais pesado toiro da corrida, mas que no entanto não teve maldade, teve sim uma mobilidade constante e que permitiu que o ginete lhe templasse a investida com ladeios vistosos. Na cravagem andou como mandam as regras, numa actuação correcta mas sem alardes de triunfo, exactamente como a segunda, na qual brilhou sobretudo com uma Mourina e um palmito, epílogo da sua segunda prestação.

Marcos Bastinhas foi autor do melhor ferro da tarde, bem como foi responsável por na sua quinta actuação “despertar” um público meio adormecido. Todos os conceitos fazem falta à festa e por vezes, é preciso ter sensibilidade para mudar o ‘jogo’ a meio do campeonato. Pois bem, Bastinhas recebeu o primeiro à porta gaiola, saindo o toiro meio desligado, sendo que contudo e quando reparou na montada, foi por ele e aí, começou uma faena com compridos e curtos iniciais de grande nota, sendo o primeiro deles diria mesmo, que de antologia, por ser com uma pronunciada batida ao piton contrário. A lide continuou em tom regular, sendo que na segunda, andou mais morno até ao momento em que deixou um bom violino, par e palmo, colocando o público coruchense no bolso.

Francisco Palha era o terceiro artista elencado. Esteve como pôde frente ao sonso primeiro do seu lote, o pior da primeira parte e que não permitiu luzimento por parte do toureiro. Palha esteve digno, cravando com correcção e ainda dando um “cheirinho” de boa brega.
A segunda prestação foi pautada por algumas intermitências, com um início correcto, boa brega, mas a necessidade de deixar um curto em sorte sesgada depois de algumas passagens em falso, o que viria a acontecer também para deixar um violino, que se transformaria em dois palmitos.

O Grupo de Forcados Amadores de Coruche, teve a seu cargo e como de resto é tradicional nesta data, as seis pegas do festejo.
Para a cara dos toiros, foram: José Macedo Tomás, cabo da formação, ao primeiro intento; António Macedo Tomás, também com uma solitária tentativa; João Mesquita, ao segundo intento; David Canejo, à quarta tentativa; Bernardo Cortês, ao primeiro bom intento e; João Prates, à terceira tentativa.

Lidou-se um curro de toiros da ganadaria de Dr. António Silva, com muito trapio, havendo por entre os seis saídos à arena, verdadeiras estampas. No que concerne a comportamento, também os houve com mobilidade e alguns a deixarem-se lidar sem levantar complicações de maior.

O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Marco Cardoso, com assessoria veterinária de José Luís Cruz.

Nota: Os toiros foram recolhidos a cavalo pelos campinos Janica e Café.

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