Vila Franca é reconhecida aos seus e dos seus, faz e fará sempre parte António Ribeiro Telles, justamente homenageado pela efeméride que este ano assinala e que não seria necessária, para que a Palha Blanco e as suas entidades máximas reconhecessem a sua trajetória no toureio e a sua importância para Vila Franca de Xira. Lástima que a dita Palha Blanco não encheu,ficando a dois terços fortes da sua lotação…
“Acartelados” todos os toureiros no activo da Casa Telles. António Telles pai e filho, Manuel Telles Bastos, António Telles filho e Tristão Ribeiro Telles.
António Telles lidou um verdadeiro “tio”, um toiro de trapio inegável, uma estampa mas que impunha pelo seu volume. Andou bem em compridos, crescendo em curtos, levando a efeito uma actuação dentro do seu tipo clássico. Em fase de compridos sofreu um toque na montada, contra tábuas, inspirando alguns temores que felizmente não passaram de sustos.
João Ribeiro Telles foi o segundo a entrar em praça, trocando-se o turno por incapacidade física do seu oponente. Bem, mas mesmo muito bem o cavaleiro João, com uma das suas melhores actuações da temporada, se não mesmo a melhor… A recepção à porta gaiola marcou intenções, sendo que se dobrou muito em curto, desenhando um bom início de faena. Depois, nos iniciais curtos, soberbo, a ladear e a templar a investida do bom Passanha, premiado de resto com volta à arena do ganadeiro. Por último dois excelentes ferros com o Ilusionista e praça em pé.
António Telles filho lidou um Passanha menos franco, mas que ainda assim se deixou lidar. Andou regular nas abordagens e nas reuniões, cumprindo sem alardes de triunfo.
Manuel Telles Bastos protagonizou uma actuação “diferente”. Por entre o seu labor, teve momentos que não foram fantásticos, mas deixou dois curtos, daqueles de fazer levantar praça e estes, foram todo um ícone dignos de uma pintura. Lidou um “Jorge Mendes”, sobrero, com mobilidade e que transmitiu…
Tristão Ribeiro Telles não viveu a noite sonhada em Vila Franca. Alguns toques nas montadas, em fases distintas, alguma desinspiração e uma actuação sem música, nem volta à arena.
O último toiro da corrida, também de Jorge Mendes, mais escorrido de carnes face aos anteriores saídos à arena, cumpriu e “aceitou” ferros dos cinco toureiros da família. Primeiro, João Ribeiro Telles e uma boa sorte de gaiola e depois, dupla formadas primeiramente por Manuel Telles Bastos e Tristão Ribeiro Telles e depois, por António Telles pai e filho e aqui sim, um crescendo em emotividade. No fim, todos a cavalo e uma praça em pé.
Nesta noite de tradição na Palha Blanco, as pegas não poderiam estar a cargo de outra formação que não a de Vila Franca.
Assim sendo, pegaram por esta ordem: Vasco Pereira (cabo) e Vasco Carvalho; Lucas Gonçalves, ao segundo; Rodrigo Andrade, à terceira tentativa com uma soberba primeira ajuda; com igual número de tentativas, todas heroicas, Guilherme Dotti, numa dos mais emotivos momentos no que às jaquetas de ramagens concerne e; Rafael Plácido, à primeira tentativa.
Lidou-se um curro de toiros da ganadaria Passanha, com apresentação, e dois toiros a destacarem-se positivamente. O primeiro pelo trapio e o lidado por João Ribeiro Telles, pelo jogo dado, premiando o seu criador com volta à arena.
O festejo foi bem dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.