A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) levou a efeito esta segunda-feira, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém a Conferência “Ribatejo – Construir um Destino”, com o objetivo de unir players do setor em torno da atividade e unir esforços para delinear uma estratégia.
O debate sobre a tauromaquia acabou por ser o ponto mais “quente”, dividindo não só diversos players do setor, como alguns dos responsáveis.
Apesar de José Santos, Presidente da ERTAR ter já assumido que a entidade conta com a tauromaquia para promover o Ribatejo e atrair turistas, essa não é uma opinião consensual dentro do setor.
O tema foi abordado durante o terceiro painel do dia, em que se abordava como “atrair investimento no turismo do ribateno: como captar e potenciar os ativos existentes”, quando um investidor, que se encontrava na bancada, questionou os palestrantes sobre qual era o entendimento destes sobre o tema “tauromaquia”.
Para o consultor Eduardo Abreu, da Neoturis, não existem dúvidas que “a tauromaquia como a conhecemos não irá durar muito mais tempo”, pelo que entende que esta não deve integrar os planos de turismo da região, ou pelo menos, não ser fator relevante.
Ludgero Mendes, que se encontrava também na plateia, lamentou que se tenha “fugido como o diabo da cruz de falar na tauromaquia”, mas que apesar de se ter considerado que se deviam apostar nos “fatores diferenciais da região”, porque não apostar no setor, que vai muito para lá das corridas de touros e se afasta um “produto identificador de uma região da questão turística”…
Eduardo Abreu referiu que “a tourada como está hoje pensada é algo que não irá atrair as próximas gerações”, e que para isso “basta olhar para os números e tirar as suas conclusões”.
“É uma tendência que temos verificado ao longo dos séculos”, considerando que “daqui a 20 anos não acredito que exista muita gente a ir aos touros”.
“O touro, o cavalo e o campino não é algo que não se deva apostar, agora a tourada não considero”, disse ainda.
Por sua vez, Daniel Mota, administrador do Santarém Hotel, lamentou no entanto que tenha já tido alguns grupos que gostavam de visitar touros no campo, mas não tenha conseguido encontrar um parceiro (ganadeiro), para efetuar essas visitas.