Por entre chatos mosquitos próprios da região e uma noite de sexta-feira de Verão, levou-se a efeito a segunda corrida da temporada em Salvaterra de Magos.
Casa muito bem composta, com cerca de três quartos de lotação preenchida e um curro de toiros Prudêncio com o seu interesse e que, por entre outros predicados, não deixou ninguém indiferente, o que, nos dias que correm, já é qualquer coisa.
Toiros com excesso de quilos e comportamentos para todos os gostos. O primeiro desejou sair pelo primeiro buraco que encontrasse, ameaçando saltar a qualquer momento; o segundo, com imagine-se 685 quilos, foi grande, mas não grande coisa e adiantava-se uma brutalidade e o terceiro, com rasgos de mansote, tentando surpreender sempre que pôde. Na segunda parte, elevou-se o nível e os toiros serviram no geral…
Actuaram Joao Moura Júnior, João Ribeiro Telles e António Telles filho.
João Moura Júnior teve então por diante um primeiro toiro manso. O ginete esteve francamente bem na lide deste toiro, exibindo faculdades e rápida leitura das condições do oponente e na tentativa de não “deixar cair” a lide, seguiu rapidamente para curtos, atacando o toiro, cravando de alto a baixo, deixando após boas reuniões a ferragem da praxe.
Frente ao segundo (que deveria ter sido o primeiro, tendo-se trocado a ordem devido ao facto do toiro se ter desembolado), levou a efeito uma actuação já mais dentro do seu tipo de toureio, com ladeios, brega a duas pistas e boas bandarilhas com batidas ao piton contrário.
João Ribeiro Telles teve boas intenções ao receber à porta gaiola um “valente” toiro de 685 quilos. O toiro de Prudêncio não serviu, impôs pelo tamanho mas rapidamente a sua condição física prevaleceu, ficando com pouco ou nenhum ‘gás’. Telles cravou a costumeira ferragem, sem lugar a história.
Frente ao segundo do seu lote, andou bem, sobressaindo numa brega muito ligada, reuniões concisas, batidas ao piton contrário e claro, brilhou com os dois ferros deixados com o Ilusionista e as suas pronunciadas entradas ao lado oposto, saindo a recriar-se nos remates.
António Telles filho, o mais jovem toureiro em cartel, enfrentou-se com um primeiro toiro que não permitiu triunfo, deixando apenas que o toureiro deixasse as bandarilhas sem alardes de triunfo, sofrendo ainda um forte toque contra tábuas.
Já frente ao derradeiro toiro da corrida, António actuou em crescendo, evoluindo na lide, confiando-se frente ao Prudêncio, deixando com classe e raça as bandarilhas da função.
As pegas estiveram destinadas aos Grupos de Forcados Amadores da Chamusca, Aposento da Chamusca e Clube Taurino Alenquerense, este ano a comemorar 50, 40 e 20 anos de fundação, respectivamente.
Pelos Amadores da Chamusca, foram na linha da frente: João Narciso, ao terceiro intento e; Miguel Santos, à primeira tentativa.
Vestindo a jaqueta do Aposento da Chamusca, pegaram de caras: o cabo João Saraiva ao primeiro muito bom intento e; Vasco Coelho dos Reis, à terceira tentativa.
Representando dos forcados do Clube Taurino Alenquerense, estiveram: Joaquim Brás, à terceira tentativa com as ajudas carregadas e a sesgo e; Diogo Trindade, ao primeiro intento.
O espectáculo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz, sendo que no intervalo se homenagearam os três Grupos de Forcados elencados pelo cumprimento das efemérides citadas anteriormente.
Fotos: João Dinis (CLIQUE PARA AMPLIAR)