Se Trump utilizou a IA para se vestir de Papa, blasfemando, porque não podemos nós, utilizar a mesma “fonte” para ilustrar estes segredos, com uma imagem infelizmente muito mais real que a de Trump…
Afinal de contas, as ferramentas virtuais, parecem cada vez mais substituir as eventuais ferramentas naturais em qualquer área. Eu diria mesmo, que precisava de uma boa dose de Inteligência Artificial para entender o que se passa na tauromaquia atual, a mesma que parece começar a instalar-se no cemitério em frente à Palha Blanco…
O TouroeOuro esteve lá e diz a verdade do que se passou. Foi-nos pedido uma vez, duas vezes, três vezes pelos “tantos” aficionados com os quais nos íamos cruzando e é com eles que temos e a quem devemos responsabilidades.
Aqui, podem crer, não vão ler a versão desde ou daquele agente da Festa, mas sim, o apuro de tudo o que fontes absolutamente credíveis e isentas nos confidenciaram.
Vamos por partes, porque a “coisa” é complexa, ou talvez não.
As explicações que não de deram atempadamente…
O clima estava periclitante e é claro, que fomos todos a Vila Franca com a incerteza do que iria acontecer. Contudo, levava comigo a promessa de enaltecer a coragem dos noveles empresários, de não ceder a tentações de adiamentos dias antes do festejo. Coragem sim! Era preciso porque sabemos todos que um dia assim, “meio cá, meio lá”, tira público e quem sentiria era a empresa, que, provavelmente provaria uma “cara” audácia. Mas sim, estavam e ainda assim estiveram de parabéns ou pelo menos até às 15h00, horário em que as portas da Palha Blanco deveriam ter aberto ao público.
Olhámos em volta e não parecia faltar nada. Bombeiros, médicos, autoridades, banda de música, cavaleiros, forcados, toiros, tudo!
Mas o incrível e aqui é culpa da empresa e da sua perigosa inexperiência é que, o tempo foi passando e nada se dizia a ninguém. Uma coisa bem ao estilo governo com o apagão. Quando as explicações chegaram, já todos tínhamos percebido que às 16h00 não haveria corrida, pelo simples facto que eram já 16h00.
Numa versão positiva, pensou-se que a arena poderia não estar em condições e que o atraso se deveria ao fato de estarem a dar um “jeitinho” à arena. Só que não. Obviamente de que os boatos começaram a circular e davam conta de uma queda de Luís Rouxinol e que o mesmo não estava em condições de tourear… esta era a versão, embora, houvesse em cartel mais dois toureiros, mas…
O caricato e não me venham dizer o contrário, é que se continuavam a vender bilhetes para um espetáculo cuja hora de início já tinha passado.
Abertura de portas e um breve comunicado de Bernardo Alexandre
Querendo muito defender a honra, abriram-se as portas da praça e até da arena, para que o público pudesse ver, pisar, sentir o piso e tirar as suas próprias ilações. E foram todas, mas todas unânimes. Era exequível. Bernardo Alexandre pega no microfone e diz o mesmo que referiram nas páginas das redes sociais, mais tarde… Os toureiros entenderam que o piso não oferecia condições para…
O público não apupou Bernardo, mas foi claro em dizer que não queria voltar a ver ali aquela terna. Que não era bem vinda a Vila Franca. Repito: o público. O tal que alimenta isto e que se mostrou descrente, incrédulo, desiludido com os “jovens valores”…
Mais tarde o TouroeOuro ouviu, não uma, não duas mas mais pessoas que tiveram o desprazer de constatar tudo e…
Rui Bento foi o único que quis avançar com a corrida
O descontentamento e hesitação sobre a realização da corrida, não foi ao contrário do que já se leu por aí, quase à hora da corrida. Começou muito antes, por alturas do sorteio, realizado às 12h00 e não às 11h00 como por aí também se leu.
Os dois únicos toureiros presentes, Rouxinol Júnior e Brito Paes mostraram vontade de não a realizar, sendo que, ao tempo houve as primeiras reações de Bernardo Alexandre. Incrédulo e chegando mesmo a perder um pouco a cabeça, sobretudo com o bandarilheiro representante do jovem Telles. Pese embora a inflamação, o sorteio fez-se, mas com a convicção dos atuantes que a corrida não se iria fazer pelo fato de terem pisado a arena (a pé) e terem concluído que não estava capaz…
Já mais tarde e com cavalos, Rouxinol Júnior, como diretor de lide, foi experimentar o piso e cai. Alegadamente cai. Ou cai e pronto. Caiu. Enfim… Não houve corrida, por decisão dos três toureiros porque afinal o diretor de lide, experimentou, caiu sem touro e imagine-se com touro o que seria…
Os ânimos de todos, alteram-se muito, sobretudo quando Rui Bento expressou o óbvio, que não concordava com a decisão, chegando mesmo a perguntar se o seu cavaleiro já tinha assinado o documento atestando que o piso não estaria em condições. Houve discordância e a nossa fonte, disse mesmo que Rui Bento foi o único profissional naquele momento.
Ora todos sabem exatamente a relação ou falta dela que temos com Rui Bento, mas, sou obrigada a concordar que um homem que foi toureiro e tem cicatrizes, jamais pode entender uma decisão daquela natureza, vinda de três jovens toureiros…
A devolução dos bilhetes
A moda da devolução dos bilhetes dias depois, afinal não foi um exclusivo de Ricardo Levesinho, crucificado pelo mesmo blog que hoje nada diz a esse respeito.
Separemos as águas. A empresa é nova, não teve culpa, foi penalizada pela inexperiência? Sim. Queria dar a corrida? Sim. Mas pecou por achar que ia mudar o mundo, como eu uma vez também achei. Mas a chatice, é que no mundo, está quase tudo inventado e sobretudo, os maus hábitos instalados… a devolução dos bilhetes comprados em numerário, tem de ter acautelada forma de devolução na hora. Isto para o Bernardo Alexandre, para o Ricardo Levesinho e para o Camões se cá voltar…
O descrédito total da tauromaquia
Se o Campo Pequeno está para Portugal como Madrid está para Espanha, Vila Franca equipara-se a Sevilha, o problema é que, não tínhamos acartelados, Rocas Reys (rico, milionário, a não ter de arriscar por dinheiro, mas a dar a vida), Julis, Escribanos, Luques… O que tínhamos ali, foram três meninos cavaleiros, “filhos de… outra geração”, com ideias profundas de que estão garantidos, contratos firmados e que não precisavam tourear a arriscar uma queda, ainda por cima, imagine-se, com um toiro ali, na arena.
Nunca faltei ao respeito a ninguém, embora os “artistas” possam achar que alguma avaliação roce a injustiça. Mas hoje, saí dali com a convicção que nenhum dos três “miúdos” aguentou a pressão de lidar toiros a sério, numa praça de responsabilidade e com um piso mais “delicado”.
Estão confortáveis. Não arriscam um pelo e têm aqui a verdadeira explicação para o estado amorfo em que a tauromaquia vive. “Porra”, nenhum deles tem 30 anos. Cai, levanta-se e aprende o que é a tauromaquia, que vive, viveu sempre entre o risco e a arte. Mas já nem arte, nem risco, nem nada! Cancela-se e pronto.
Venham de lá as ameaças, as tentativas de “tantas coisas”… dá igual. E hoje até dou os parabéns ao Rui Bento. Daqui sai a verdade. Estou livre, não tenho amarras e digo o que sinto. O público não merece uma festa que já vive na mentira e que a continuar assim, viverá no cemitério.