A Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) veio esta quarta-feira, comentar o Concurso da Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos, no Montijo, confirmando a notícia anteriormente veiculada pelo TouroeOuro, apelando a que os empresários deixem em branco o concurso, no que seria uma demonstração à Santa Casa da Misericórdia do Montijo do desajuste dos valores praticados.
“A APET tem acompanhado com natural atenção o que tem acontecido de ano para ano nos concursos para as adjudicações das praças de toiros, tendo sido inúmeras as vezes que teve vontade de se manifestar sobre o tema, chegou agora essa hora”, referem em comunicado, salientando que apesar da atividade ser livre e cada um poder ou não concorrer, tem a associação o dever de “aconselhar que seja feita, uma reflexão da recente evolução dos valores das rendas de algumas praças de toiros, pelo simples facto de as mesmas por si, inviabilizarem uma gestão com resultados financeiros operacionais que sustentem num futuro próximo a atividade empresarial tauromáquica.”
“Não queremos e não podemos interferir na gestão direta ou indireta dos nossos associados e das suas empresas, mas devemos alertar para os riscos elevados que um arrendamento desadequado ou exagerado da realidade do negócio possa trazer, com efeitos letais no curto médio prazo para a atividade”, reafirmam, considerando que “existem praças de toiros em Portugal que têm rendas exageradas e absurdas para a realidade do seu valor/rendimento”.
Dando como exemplo concreto o concurso para o biénio 2024/2025 da Praça de Touros do Montijo, onde a Santa Casa da Misericórdia, proprietária do imóvel, estabeleceu como mínimo de licitação 100 mil euros, valor que a APET considera “exagerado e desajustado”, esperando estes que “o concurso poderá ficar em branco”, mas mais do que acreditar nisso, “gostaríamos que por estes valores ficasse mesmo, isso seria uma tomada de atitude coincidente com o que o nosso mercado suporta.”
Para a associação dos empresários taurinos portugueses “deve existir um equilíbrio na atividade tauromáquica, não nos podemos descapitalizar por um lado para ficarmos limitados por outro, este negócio tem que ser feito com equilíbrio, com bom senso, com visão e estratégia para o futuro”.
“Claro que rendas inversamente baratas também não são o caminho, em tudo tem que existir um equilíbrio e a atividade tauromáquica não é uma exceção”, conclui a APET.
Relembre-se que ao TouroeOuro vários empresários consideraram o valor “fora da realidade”, indo deste modo ao encontro do que a APET preconiza agora.