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Arruda dos Vinhos – “Cessar-fogo ou cessar-música? Meritocracia ou Complacência?”

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By Redação on 15 de Junho, 2025 Crónicas, Destaques
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Autor texto e foto: Rodrigo Viana

O centenário da Praça de Toiros José Santos Simões, em Arruda dos Vinhos, é este ano comemorado e, com essa celebração como “pano de fundo”, realizou-se nesta tarde de domingo, o primeiro festejo da temporada. Os aficionados e demais população desta zona do país reconhecem a esta praça uma feira que decorre no equador do mês de Agosto, sendo que cada vez mais, nos dias que correm, e face à grande inflação e consequente fraca capacidade financeira, corridas de toiros, sem um claro motivo de interesse, celebradas “fora de data” acabam por ter adesão abaixo daquilo que seria desejável, o que neste caso em específico se traduziu em cerca de meia casa preenchida. É uma pena que assim seja, pois a efeméride exigia mais, mas a adaptação à realidade existente é crucial para que se encontrem soluções de auto sustentabilidade na tauromaquia.

Homo Erectus é considerada a espécie humana primitiva que começou a usar e a ter controlo sobre o fogo. Até hoje mais ninguém teve a brilhante ideia de tentar “redescobri-lo”, todavia houve um processo contínuo de aperfeiçoamento da sua utilização para melhorar a qualidade de vida daqueles que habitam o nosso planeta. Num plano metafórico poderemos paralelizar com a tauromaquia portuguesa, que já se encontra mais que escalpelizada e onde já nada há para descobrir, mas muito por onde melhorar. Todos sabemos das experiências que já foram perpetradas, umas com resultados profícuos, muitas outras, nem tanto. O mais importante de tudo isto é que nao só as empresas concorrentes mas também os proprietários dos tauródromos que lançam concursos de adjudicação (por vezes uns autênticos homicídios empresariais) tenham a perspicácia para analisar os erros cometidos e tenham a capacidade de os evitar no presente e no futuro para que este espetáculo, tão enraizado na nossa cultura, seja potenciado e se consigam resultados onde a regularidade seja uma realidade. Nunca nos deveremos desviar da máxima que refere que mais importante que a quantidade, estará sempre a qualidade!

A primeira lide da tarde esteve a cargo do mais antigo de alternativa, João Moura. Lidou um exemplar da divisa titular do festejo, Fernandes de Castro, de fraca potabilidade e que pouco se entregou à função. Lide insípida, com pouco cingimento no que toca ao momento de reunir e com excessiva presença de peões de brega na arena, a prepararem o astado, para que se seguisse o momento da cravagem da série, exceção feita ao momento que antecedeu a segunda bandarilha curta, onde o toureiro acabou por ter o momento de maior luzimento. Frente ao segundo de seu lote, o cavaleiro de Monforte manteve a linha iniciada na sua primeira passagem pelo ruedo arrudense, sendo que teve por diante um oponente com maior mobilidade, embora com as suas dificuldades, mas que se arrancava quando citado. O primeiro curto com batida ao pitón contrario foi de boa nota. Seguiu-se uma passagem em falso e uma sorte onde consentiu forte toque na montada, felizmente sem consequências dignas de registo. Fechou a sua tarde neste tauródromo, e perante uma decisão acertada da inteligência, sem que lhe fosse concedida música. A volta teria sido também ela evitável.

Rui Santos, que tirara alternativa numa das afamadas corridas TV Norte, na monumental da Póvoa de Varzim, tem sido presença pouco assídua nas arenas nacionais, até porque decidiu retirar-se durante uns largos anos. Nesta corrida, foi por demais evidente a falta de prática e pese embora o desajustado ruído criado pelo público não houve momentos assinaláveis que justificassem que o cavaleiro se dirigisse ao diretor de corrida a questionar a não colocação do lenço, que permitiria que soassem os acordes da banda. Ficou muito mal na fotografia, assim como o seu “apoderado” que viera tirar satisfações no final da atuação, ainda para mais quando após esse momento teve duas cravagens completamente desajustadas, quer no que toca ao momento da reunião como da colocação das bandarilhas. Não lhe foi concedida, de forma justa, volta de agradecimentos. Se há momentos em que é essencial a atuação de um peão de brega, esse momento dá-se aquando da incapacidade do seu cavaleiro parar ou interpretar o oponente. Isso aconteceu ao cavaleiro vilafranquense antes da cravagem do primeiro comprido, sendo que João Bretes esteve oportuno em intervir, de forma a que o ginete pudesse iniciar faena, passado um par de minutos de o toiro ter saídos dos curros. Iniciou a sua série de curtos cravando aquela que foi a melhor bandarilha curta da sua passagem por este recinto. Logo de seguida voltou a falhar, ficando o curto na arena. Seguiram-se ainda mais duas passagens em falso mas a banda lá tocou, sem que na verdade houvesse motivo para que isso sucedesse. Desta feita, o delegado técnico tauromáquico, embora parecendo com pouca vontade, lá colocou o lenço, para gáudio do cavaleiro. Chegamos a um ponto em que parece mal não conceder música, porque são supostamente profissionais que se encontram a lidar toiros bravos. O cavaleiro após dar volta, despiu a casaca e tirou o tricórnio, colocando-os no centro do ruedo, fazendo sinal ao público presente que terminaria a sua carreira. Foi passeado em ombros pelos elementos que hoje compunham a sua quadrilha.

O terceiro da tarde, tinha pouca cara, e coube a David Gomes enfrentá-lo. O cavaleiro radicado na Malveira aproveitou a mobilidade e qualidade do astado para cumprir uma função, onde se apresentou com excesso de velocidade na execução das sortes, o que levou a que o momento da cravagem resultasse passado. Terminou com um ferro de violino e um palmito ajustado. Tinha matéria prima para mais e reconheço-lhe capacidade para melhor. Não encarou nem citou com a frontalidade que consta nas regras do toureio lusitano, aproveitando o pouco conhecimento do público pagante para sair sob fortes aplausos. A concessão de música ao segundo curto foi, de facto, completamente desajustada, assim como a permanente presença dos peões de brega que caso ainda não se tenha percebido, quando em excesso, desprestigia e tira mérito àquele que deveria brilhar na arena, o cavaleiro. Perante o último toiro a sair dos currais, começou por cravar dois compridos em redondo, consentindo ligeiro toque no segundo. Aquando da troca de montada houve quem se desse ao trabalho de contar, bem alto, o número de lances de capote oferecidos ao animal e foram, imagine-se: sete! A série de curtos iniciou com um ferro que resultou de boa nota, o que motivou que se escutasse um pasodoble interpretado pela banda do Ateneu Artístico Vilafranquense, tendo David deixado uma série culminada com um ferro em sorte de violino que deixou aparentemente agradadas as pessoas que se deslocaram até esta praça de toiros.

O novel cabo do grupo de forcados amadores de Azambuja, João Gonçalves, encaminhou Rúben Mendes para tentar a primeira pega de caras da tarde. Na tentativa inicial, o forcado atrapalhou-se a recuar, não tendo conseguido sequer reunir com a rês, o que corrigiu no segundo intento, onde consumou sem que em momento algum consentisse derrotes assinaláveis. Para pegar o segundo toiro que tocara à formação azambujense, o cabo, que comemorara o seu aniversário, deu o passo em frente, tendo toiro assim que o mesmo se apercebera da presença do forcado. O momento da reunião não foi perfeito, todavia houve mérito de se recompor, consumando-se assim a sorte na tentativa inicial.

O grupo alentejano que viajou desde Portalegre teve como forcado da cara para a segunda pega da tarde, Ricardo Almeida. Esteve eficaz a recuar e a receber o toiro, tendo-se fechado com afinco para concretizar ao primeiro intento. Ricardo Tavares brindou a um grupo de aficionados que viajara desde a capital do Alto Alentejo e aos céus citando com convicção e som. No momento de reunir a rês reagiu de forma inesperada, parando-se momentaneamente, o que deixou o forcado sem reação, impedindo a efetivação. No segundo intento, foi buscá-lo aos seus terrenos, junto a tábuas, conseguindo fechar-se como uma lapa, consentindo uma viagem diametral, mas pouco atribulada.

O jovem Rodrigo Gonçalves, elemento dos amadores de Arruda dos Vinhos saltou a trincheira para tentar a terceira sorte de caras do festejo. Faltou-lhe alguma comunicação durante o cite, o que alegraria a investida do animal, tendo ainda assim compensado no momento de reunir, o que conseguiu executar com bastante eficácia. Concretizou à primeira tentativa. A última pega da tarde teve Tiago Pombo como protagonista. Esteve valente e foi competente do início ao fim, efetivando a pega ao bom primeiro intento.

Do curro de toiros que viajou desde a Herdade da Ervideira, em Alcácer do Sal, destacam-se em termos qualitativos, pela positiva, aqueles que compuseram o lote do mais novo de alternativa acartelado. O público insurgiu-se com a empresa, devido à publicidade que fez a um curro “com mais de 600kg” e que não marcou presença nesta corrida, o que acaba por ter toda a razão de ser, visto que na folha de lide afixada, não surge um único animal com peso superior às seis centenas. O peso não foi e nunca será o mais importante, mas publicidade que não condiz com a realidade poderá ter o efeito desejado no momento, mas o inverso no futuro.

Numa época em que a guerra no mundo é uma realidade e que tanto se fala em cessar-fogo, é importante que as empresas o consigam negociar com os aficionados para que aqueles que ainda se deslocam às praças de toiros, o continuem a fazer. Também essa guerra que existe quando os diretores de corrida cumprem com a sua missão de forma completamente justificada tem de terminar para que a meritocracia prevaleça e nunca seja a condescendência a sair por cima. Que haja honestidade intelectual e se saibam reconhecer não só as qualidades quando tudo corre bem, mas também os fracassos quando as coisas correm mal.

A corrida, que fora bastante difícil de dirigir, teve bastante complacência por parte de Ricardo Dias que fora assessorado pelo Dr. Jorge Moreira da Silva e pelo cornetim, José Henriques.

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