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Aldeia da Ponte – O pulso vivo da Raia!

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By Redação on 11 de Agosto, 2025 Crónicas, Destaques
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Aldeia da Ponte é um bastião da Capeia Arraiana, naquele que é o coração raiano do concelho de Sabugal, mantendo-se firme como guardiã de uma tradição única.

A sua praça de touros, construída em sólida pedra é um oásis taurino do interior norte, onde a cultura taurina se vive e se defende. Ali, o forcão é rei. A pesada arma coletiva, manobrada por ombros e braços de homens da terra, transforma a lide do toiro bravo num exercício de união e resistência. Em agosto, o som das vozes, o peso da madeira e a vibração da multidão enchem a arena. Desde 2011 que a Capeia é Património Cultural Imaterial de Portugal, e em Aldeia da Ponte, cada edição é uma prova viva dessa identidade.

Neste domingo, honrando também a vertente mais clássica da festa brava, realizou-se uma corrida de touros à portuguesa onde atuaram os cavaleiros Luís Rouxinol, Andrés Romero e Joaquim Brito Paes que tiveram pela frente seis toiros da ganadaria de Cunhal Patrício. As pegas ficaram a cargo dos grupos de forcados amadores de Coimbra, Monsaraz e Cartaxo.

Após as cortesias, cumpriu-se um minuto de silêncio e uma série de homenagens em memória de Emanuel Loto, malogrado forcado do Cartaxo, que perdera a vida recentemente, num acidente de viação.

Luís Rouxinol demonstrou nesta tarde, bastante maturidade perante as adversidades. Abriu praça com um astado de apresentação irrepreensível e que saiu dos curros com um galopar vistoso, mas que, com o passar do tempo, se foi esfumando. Após três compridos iniciais, o veterano teve de puxar de toda a sua experiência para contornar a falta de entrega do oponente, que esperava e que quando investia o fazia com brusquidão. Foi uma primeira atuação morna. No quarto da ordem, enfrentou um exemplar distraído, que se desligava facilmente. A fase de compridos foi irregular, com uma passagem em falso e um outro ferro que acabou por não ficar. Contudo, nos curtos, após melhor leitura dos terrenos, cravou com mais acerto. Demonstrou sabedoria para superar as dificuldades, fechando com dois ferros de palmo e um par de bandarilhas no corredor, arrancando uma forte ovação. Foi uma lide trabalhosa, mas que acaba por ter nota positiva!

Andrés Romero foi um artista que se passeou entre a efusividade e a inconstância. Reconheço-lhe mais valor do que o demonstrado. Perante o seu primeiro, Romero mostrou uma colocação de ferros irregular, abrindo com uma curta mais traseira. Corrigiu logo de seguida com uma excelente execução após batida ao pitón contrário, mas voltou a baixar o nível em momentos seguintes. Fechou a série adornando-se e deixando um ferro de violino. Ao tentar repetir, mas com o toiro já menos móvel, acumulou passagens em falso que geraram alguns pitos entre o conclave. Frente ao quinto, um oponente que protestava e procurava incessantemente as tábuas, o rejoneador esteve melhor a pará-lo. Usou cites com levadas para animar o público e foi inclusive “maestro” de uma hola mexicana, para que se tenha noção do ambiente bastante festivo que fora conseguido. Em tom de conclusão poder-se-á dizer que foi uma lide tecnicamente mediana, mas emocionalmente triunfal.

Joaquim Brito Paes foi um toureiro que se mostrou corajoso, conseguindo bons momentos em ambas as lides, sem que contudo conseguisse romper em pleno. No seu primeiro, enfrentou um manso encastado que investiu de forma inesperada quando ainda se preparava para o citar. Suportou a investida, batendo ao pitón contrário, acabando por deixar o primeiro curto, no alto do murillo. Apesar de um ferro menos conseguido pelo meio, recompôs-se e cravou outro de mérito. Fechou com uma bandarilha no corredor, rematada com piruetas, sendo nesse momento bastante ovacionado. No sexto e último, encontrou um toiro com maior mobilidade e mais teclas para explorar. Deixou um segundo comprido à tira de qualidade e, nos curtos, foi crescendo em intensidade. Terminou com dois ferros de muito boa nota, o último a sesgo, selando uma atuação corajosa e meritória.

As pegas da tarde não foram para meninos. Exigiam braços e grupos sendo que, na maioria dos casos, acabaram por surgir. O grupo de forcados amadores de Coimbra começou por ter como forcado da cara Paulo Alves. E que gigante foi! Na primeira tentativa, aguentou três duros derrotes, não tendo o grupo consigo para que fosse possível consumar. Na seguinte a história repetiu-se, conseguindo apenas efetivar à terceira. Voltou a mostrar valentia, concretizando praticamente sozinho a pega. Destaque para o rabejador que teve de assumir um papel que não seria o seu em determinado momento, para que o sucesso, finalmente, surgisse. Henrique Flório, perante investida inesperada do quarto, teve mérito de se fechar com firmeza, suportar um derrote por alto que facilmente o poderia ter tirado fora e, desta vez, o grupo ajudou com decisão, conseguindo-se à primeira tentativa a pega que a meu ver mereceria o prémio para o concurso de pegas que decorreu.

Pelo Grupo que viajou desde Monsaraz, Miguel Valadas estava nos médios quando reuniu com um toiro que trazia a cara por alto, aguentando-se entre pitons no restante da sua viagem, pegando no intento inicial. Gustavo Perdiz podia ter sido mais decidido no momento de citar, sendo algo que pode melhorar, visto que neste momento a luminosidade já no era a indicada, tendo acabado por beneficiar da franqueza de um adversário, que não lhe dificultou o labor conseguindo pegar também ao primeiro intento.

Pelo Grupo do Cartaxo o primeiro forcado a avançar na linha da frente fora Tiago Fonseca. Na tentativa inicial falhou no momento da reunião, corrigindo na seguinte onde suportou duros derrotes laterais, culminando numa pega emotiva que chegou às bancadas. Vasco Campino teve dificuldades em prender a atenção do último, tendo que aproveitar o momento certo para carregar e fechar com eficácia. Foi esta a vencedora do concurso de pegas!

O curro de Cunhal Patrício apresentou-se irrepreensível no que toca a apresentação, tendo ainda assim comportamento desigual. Destacou-se, entre os demais, o sexto da ordem (sem ser brilhante), que acabou por motivar volta ao ruedo do representante da sua ganadaria.

Com a luz artificial, bem como o sistema sonoro do tauródromo, a mostrar-se insuficiente, a afición que preencheu cerca de dois terços das bancadas, recorreu às lanternas dos telemóveis para iluminar a última atuação, dando-lhe uma cor e brilho diferentes, num fechar de uma tarde de touros, onde se sentiu o pulso raiano e que foi dirigida pela delegada técnica tauromáquica Sandra Strecht, assessorado pelo Dr. João Candeias e pelo cornetim, Nuno Massano.

Texto e Foto: Rodrigo Viana

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