Inevitavelmente, recordo-me deste dia, tão importante para mim, como certamente para o João Dinis e em primeira instância, para o cavaleiro Luís Rouxinol.
Já lá vão quase 11 anos…
Mas desta fotografia, sublinho a presença do dono de tudo aquilo… e tudo aquilo, foi o maravilhoso cenário que é o Campo Pequeno, naquele que quiçá, tenha sido o último grande evento tauromáquico, extra-espectáculos.
O dono de tudo aquilo, foi João Borges!
Foi João Borges, juntamente com o seu Pai e Irmão, um dos grandes impulsionadores da Renovação Campo Pequeno e mais e de mor-importância, um dos grandes CONSERVADORES da cláusula que protegia a obrigatoriedade de dar um número expressivo de festejos tauromáquicos.
Sobre este tema, debateu horas a fim com o TouroeOuro, na tentativa de defesa pública, daquilo que defendia com ‘unhas e dentes’ e que era o facto do Campo Pequeno ser uma Praça de Touros.
Zero brindes a agradecer este facto.
Estivemos a seu lado enquanto órgão de comunicação em todos os momentos que precederam o Processo de Insolvência. Procurámos sempre a verdade e a verdade, quem a sabia era João Borges. Falava sem pudores dos “tais” que os quiseram tramar, de quem era na verdade a gestão actual (de insolvência) e em que mãos, iria cair o Campo Pequeno, apenas e só para “esses”, uma sala de eventos, emblemática, no centro da cidade.
João Borges sentiu no TouroeOuro, canal aberto para os seus relatos, as suas chamadas de atenção para os perigos, que hoje, esteja onde estiver, verifica serem reais e não produto de uma ficção barata, como de resto sabia existir na comunicação taurina e que tantas vezes referiu. Desses outros, não queria nem ouvir falar. Sabia que tinham ficado do lado dos “que permaneceram no Campo Pequeno”, à mercê das migalhitas sobrantes… também eles apanhando as últimas moeditas frutos de escandalozitos “apelidados de lobby gay” e que entretanto milagrosamente se calaram…
Os atentos sabiam de tudo isto. Sabiam que mal os Borges saíssem do Campo Pequeno, o mesmo e como praça de toiros, cairia em desgraça. E caiu…
Esses que apelidaram a gestora de insolvência por “Dama de Ferro”, esqueceram-se de dizer, que sim, fez o negócio possível, mas que em muitos momentos, extrapolou os limites impostos pelos holofotes. Nem os Borges se tinham pavoneado tanto… e podiam!
Mas tudo isto, ficou agora mais para trás que nunca e o que sim me faz escrever tudo isto, é o profundo lamento pelo facto das gentes dos touros ser tão mal agradecida. Nem um brinde, nem um louvor, nem um “nada”.
Nem a “porra” do discurso do aniversário de reinauguração do Campo Pequeno mencionava o apelido desta família, lido por Rui Bento, claro está.
Choremos agora, porque as carpideiras continuam na moda, mas o problema é que agora e como sempre na tauromaquia, já é tarde demais…
Dr. João Borges, descanse em paz e convicto, de que os aplausos, chegarão depois, mais tarde, quando tudo já estiver perdido.