De, quando em vez abstraída da corrida, de quando em vez voltando ao passado, de quando em vez fazendo inevitáveis comparações, de quando em vez recordando um Moura Júnior que conheci miúdo e de quem a vida me afastou, ou na verdade, pese embora as oportunidades, de quem nunca me aproximou muito, a verdade é que além de João Moura pai, houve ali, em Santarém, uma personagem que me saltou à vista…
Carlos Barreto. O motorista dos Mouras. O moço de espadas dos Mouras. O amigo dos Mouras. O “tantas coisas” dos Mouras…
Carlos Barreto é um Homem digno, que me habituei a ver em miúdo sempre junto a João Moura. É discreto, simples, mas, com mundo, com experiência, com conhecimento. Mais tarde tive a oportunidade de ir falando com ele por aqui e por ali e de ver, como era, foi e continua a ser o “Homem Forte” da Casa Moura. Aquele que nunca virou costas, aquele que esteve sempre e aquele que desconfio, sempre estará.
Esta fotografia que aqui damos à estampa ilustra na perfeição o que é Barreto, atento, quiçá lembrando-se de outros episódios vividos, no mesmo e noutros palcos.
Lembro-me de Carlos Barreto em Las Ventas. Movia-se ali como em Monforte. Igual, conhecia, conhece todos os recantos, todas as pessoas, mas mais, todas as histórias que tenho a certeza, as sabe contar desde o primeiro ao último momento.
A vida e os “amores” só valem a pena quando um não desiste. Nos melhores ou piores momentos, nunca desisti de gostar de João Moura. Mas tenho a dizer, que Carlos Barreto, mesmo nesses piores momentos, nunca me virou a cara, nunca me/nos deixou de dizer “olá gaiatos” e teria sido tão fácil seguir a corrente…
Obrigado por isso!