Os fotógrafos taurinos portugueses, aqueles que fazem da fotografia taurina um hobby, percorrem uns bons quilómetros por ano à volta das trincheiras e não fazem sequer ideia do que é jornalismo e fotojornalismo, mas ainda assim, poderiam e deveriam estar muito envergonhados com o “destratamento” que lhes foi dado este domingo pela Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC).
Aqueles que parece só saberem fotografar corridas de touros da trincheira, e que querem fazer parecer que da bancada não se pode fazer uma reportagem, viram ontem a IGAC abrir uma exceção para os espanhóis do Onetoro, com um número ilimitado de senhas de trincheira apenas e só a “eles atribuídas”, enquanto, que os tugas foram relegados para a bancada…
Será que por serem espanhóis, ou somente “hablarem” espanhol já não corriam o alegado perigo com o qual a IGAC justificou a retirada dos repórteres de imagem das trincheiras das praças de touros, mas manteve os amigos, conhecidos, convidados e outros no mesmo espaço?
Tenho agora que recuar alguns meses atrás, e relembrar que enquanto alguns perdiam tempo em grupos (pouco) privados a atacar o TouroeOuro, fomos os únicos a demonstrar interesse pelo tema junto da IGAC e reunir, na altura com os máximos responsáveis da entidade.
Rapidamente percebemos que fomos de facto ali perder tempo, sobretudo porque quem se deveria interessar, os “fotógrafos taurinos”, estavam mais preocupados com o supérfluo, do que em garantir aquilo que dizem ser um direito seu.
A mim, pessoalmente e profissionalmente, tanto me dá, se fico na bancada ou na trincheira, vou para fazer uma reportagem, que posso fazer de qualquer sítio, e não tenham dúvidas que se for preciso até fora da praça farei uma reportagem melhor do que muitos dos que por aí fazem quilómetros à volta das trincheiras. Se não, vejamos a reportagem de Sobral de Monte Agraço, feita da bancada, tal como Miguel Alvarenga, António Lúcio e Carlos Caetano, por exemplo… Todas as fotos por nós tiradas, não servem os propósitos do jornalismo de verdade?
Interessante é ver agora que os “pobres coitados” continuam mais preocupados com o TouroeOuro, e os seus integrantes, do que tentarem sensibilizar os proprietários das praças, os empresários e os toureiros, para a sua posição.
Continuam a insistir em arranjar estratagemas para “furar” o esquema, chegando ao ridículo de deixarem de ser imprensa, e passarem a ser fotógrafos de toureiros.
Vejamos: se estão a fotografar para um toureiro, não podem ser imprensa… deveriam até entregar as afamadas “carteiras profissionais”, que além de obterem de maneira pouco ética, utilizam agora de forma irregular, bastando para isso ler o estatuto do jornalista. Esta é a regra.
A mim tanto me dá, que só este ano já publiquei mais de duas dezenas de reportagens taurinas em órgãos nacionais, muito para além da tragédia que nos retirou o Manuel, tanto se me dá de onde fotografo, estou lá para fazer a reportagem da corrida. O que não vou permitir, isso nunca, é que uns sejam filhos e outros enteados… se há, para um tem que haver para todos!
A mim tanto me dá que até já com as fotos queiram “mentir”, e o que antigamente era uma foto fenomenal, aquela em que quem a visualizada conseguia “entrar” no momento, seja agora rejeitada… pudera… ao estribo e no sítio correto está cada vez mais difícil!
Quanto aos fotógrafos maratonistas… serão isso mesmo, mas não duvidem que foram, mais uma vez, gozados! Portanto guardem as irritações para quem de direito e na Moita, sim estaremos, espera-se, que dentro das regras. Uns a reportar e a fazer fotojornalismo e outros, a alimentar redes sociais. E sem ameaças, se não qualquer dia pensamos que a Moita é um albergue de gente mal formada… e não é verdade.