O sector dos apoderados é definitivamente um dos mais deficitários na tauromaquia portuguesa.
Já aqui o dissemos e corroboramos balanços de anos transatos, o apoderamento deveria ser muito mais, que secretariar um toureiro.
Contudo e nesta reflexão, pense-se numa perspectiva. Em Portugal há os toureiros que pagam para ter apoderado e há, os que são “ajudados” pelos seus representantes, passando estes últimos a ser não mais que patrocinadores dos toureiros. Objectivos destes últimos: promoção das suas próprias identidades juntamente com alguma vontade de dar nas vistas e/ou, juntar o toureiro a outras actividades que mantenham na tauromaquia.
Pois bem, dos que têm a seu cargo gestão de praças, não falaremos aqui, porque a força, depende obviamente das praças que detenham. Vejamos o caso de Luís Rouxinol e seu filho ao baixar consideravelmente o número de corridas nas quais actuam anualmente, num enfraquecimento inequívoco do tipo de carreira que adoptaram e mesmo até, no tipo de cartéis que integraram. Rui Bento não tem a força de outros tempos. Mentira?
Como exemplo negativo, conta-se também Francisco Mira ao comando do leme de João Moura Júnior. Este toureiro de importância inegável, toureou em praças e espectáculos que até a tempos atrás seriam impensáveis para a craveira deste cavaleiro. São Cristóvão ou São Romão são bons exemplos da “categoria” que o multifunções Mira está a aportar à carreira do até aqui Figura Moura Júnior.
O caso de “estudo” é na nossa opinião, Pedro Penedo. Aquele que tendo dois toureiros, lhes deu uma dimensão distinta. Manuel Telles Bastos, menos assíduo nas arenas e, Miguel Moura, agora um toureiro motivado, com muito treino fruto de uma fase positiva e queremos acreditar também proporcionado pelo seu apoderado. Contudo, temos que “exigir” ao seu representante, que eleve o nível de cartéis em que o jovem Moura participar, pois é neste momento, o mais destacado do clã e os cartéis de seis cavaleiros, ainda que tenham de existir, não podem, nem devem ser em número maioritário.